segunda-feira, 27 de abril de 2009

O impacto da televisão nos jovens

A televisão está no “centro” da nossa sala assim como no centro da nossa vida!


Nós, os jovens, somos o futuro da nossa Terra, do nosso País e do nosso Mundo. E, por isso mesmo, devemos ser educados de uma forma adequada ao nosso tempo. A televisão, actualmente, é um dos principais meios influenciadores do ser humano em diferentes etapas da sua vida (crianças, jovens, adultos e idosos). Sendo de considerar que a televisão pode exercer efeitos benéficos ou maléficos sobre as pessoas. Ou seja, concretamente, os jovens podem, por um lado, e por influência da televisão, ser estimulados no sentido de adquirirem comportamentos positivos, traduzidos em atitudes de solidariedade em relação aos outros; no sentido duma responsabilidade na realização de tarefas; no sentido duma aquisição de um espírito de cooperação, e, por outro lado, ser condicionados no sentido de adoptarem comportamentos negativos traduzidos em atitudes de agressividade, de alienação e de ausência de um espírito crítico.
Todos podemos constatar, nos principais canais de televisão, o facto de que todos eles tendem a transmitir, simultaneamente, o mesmo tipo de programação (noticiários, telenovelas, desenhos animados…), reduzindo, assim, as possibilidades de escolha dos jovens, por falta de alternativas, ao mesmo tempo que se criam as condições de manipulação, através da oferta de programas destinados a “prendê-los”, de forma acrítica, e que, pelo seu carácter aliciante ao serviço de objectivos pouco ou nada informativos/formativos, parecem reflectir, sobretudo, preocupações estatísticas relacionadas com uma competição, pouco saudável, ao nível das audiências.
Na verdade, a programação que visa sintonizar-se com o interesse dos jovens é, habitualmente, constituída por séries e filmes transmitidos só a horas tardias que, na prática, obrigam os jovens a deitarem-se muito tarde se quiserem ver essa programação. Tal situação deveria ser repensada de modo a respeitar as necessidades de sono dos jovens para quem, o acto de dormir a tempo e horas, é essencial ao corpo e à sua recuperação de energia em função duma rentabilização do seu trabalho escolar.
A par destas observações, justificadas pela realidade duma programação televisiva incorrecta, quando encarada numa perspectiva do interesse dos jovens, acresce, ainda, o facto de que os três principais canais (RTP, SIC e TVI) apresentam, por vezes, noticiários e programas de extrema violência durante o “horário nobre”, causando um impacto negativo, não só nos jovens, mas também em muitos adultos. Razão pela qual, muitas vezes, os jovens se deparam com o fomento de uma sensibilidade humana negativista e empobrecida, porque marcada por um excesso de pessimismo, que se reflecte também, negativamente, na sua própria sensibilidade que acaba por ficar “endurecida”, ou seja, pouco sensível a uma dimensão mais positiva e construtiva da vida deixando-se invadir por maneiras de ser e de estar mais marcados por atitudes/comportamentos de cópia/imitação do que por um verdadeiro espírito crítico aberto à criatividade e à responsabilidade.
A partir desta reflexão crítica, os jovens sentem o dever de propor a adopção de várias medidas no sentido de que os responsáveis, pela programação televisiva, tenham uma preocupação clara e responsável na sua adaptação às necessidades informativas e formativas dos jovens, a saber:
1 – Não apresentar, de forma repetitiva e durante várias horas seguidas, qualquer tipo de programação, sem ter em conta a autoridade criteriosa e moderadora de uma entidade como, por exemplo, um “provedor de comunicação social para a juventude”.
2 – Colocar, em prática, um maior controlo legal, sobre a actividade de programação das televisões, de modo a assegurar, através de uma séria fiscalização, um rigoroso e responsável cumprimento dos verdadeiros fins de uma comunicação social que deve estar ao serviço de um enriquecimento cultural de todos, em geral, e dos jovens, em particular, e não de interesses imediatos de carácter meramente económico ou propagandístico.
3 – Eliminar a passagem de publicidade a meio dos programas, de modo a não sujeitar as pessoas, em geral, e os jovens, em particular, a manipulações e a formas de dispersão/confusão do seu espírito baseado em bens materiais e não em bens culturais. E no caso da impossibilidade, por razões económicas, duma eliminação da referida publicidade, ela deveria ser reduzida a um tempo mínimo, como forma de evitar que a programação seja “atirada”, em muitas situações, para horas excessivamente tardias.



publicado por: Cátia Pinho e Sílvia Tavares

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