quinta-feira, 13 de novembro de 2008

É instrutivo ver os vários retratos que fazem de nós pela vida fora. Com traços lisonjeiros ou desagradáveis, entram-nos sempre pelos olhos dentro como estranhos, a perturbar uma paz que tinha um rosto habitual, familiar, a que estáva-mos acostumados. À imagem tranquila, sobrepõe-se outras inquietantes que não servem no cartão de identidade, e, contudo, nos identificam publicamente mais até do que a que nele figura. E que não se trata de neutras fotografias. São perfis apaixonados, justos ou injustos, com as virtudes e os defeitos croamente patenteados. Quem um dia nos lembrar, é por eles que nos lembra. Somos o que só nós sabemos, e parecemos o que os outros dizem de nós. (Miguel Torga, Diário, vol.XV,1990)



  • Ana Catarina Martins 10ºH








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